Vocês
se conheceram, estão sempre juntos e morrem de saudades quando ficam um dia
sequer separados. Enfim, sentem-se como se estivessem vivendo um verdadeiro
conto de fadas. Afinal, um encontro que poderia ser bastante improvável, foi
possível por conta do mundo virtual... "Estava escrito", vocês
pensam! E assim, de repente, vocês se perguntam: será que é hora de dividir o
mesmo teto e a mesma cama, por todas as manhãs?
O fato é que vocês estão apaixonados, é evidente. Esse desejo desenfreado de
ficar junto, de se ver e se falar são sinais claros de que foram atingidos pela
flecha do cupido. E isso é ótimo, uma delícia, sem dúvida. Feliz daquele que se
entrega a esta oportunidade e se permite desfrutar as muitas sensações
revigorantes, energizantes e que reforçam as cores e o brilho da vida.
Contudo, porém, no entanto... Já sabemos: a paixão, essa paixão intensa e
entorpecedora, tem começo, meio e fim. E que bom que é assim! Nem nossa mente e
nem nosso corpo suportariam essa dinâmica tão forte por muito tempo. Basta
conhecer o significado da palavra "paixão" – sofrimento! Não é à toa
que o episódio bíblico em que Jesus Cristo carregava uma cruz é chamado de "A
paixão de Cristo". No nosso caso, o sofrimento é pela falta do outro. Mas
a melhor notícia é que o fim da paixão abre espaço para um sentimento muito
mais suave, equilibrado e inteligente. Um sentimento que nos torna integrados e
íntegros: o amor. Ou não... Porque caso não tenha se desenvolvido identificação
e maturidade suficientes no período da paixão, a relação pode terminar ou se
tornar uma espécie de vício, dependência, ao que poderíamos chamar, para um
fácil entendimento, de "amor doentio".
A questão é: em que momento vocês estão se fazendo essa importante pergunta? O
que move vocês a desejarem essa complexa escolha? Se for a paixão, minha
sugestão é para que não tenham pressa. Aproveitem a fase, mas sem tomar
decisões precipitadas e que possam causar dores e perdas para muitas pessoas.
Não é hora de casar. É hora de namorar!
Veja bem! Não estou garantindo que vai dar errado caso decidam-se pela junção
das escovas de dente. Não é isso! Até porque não tenho bola de cristal e sempre
cada caso é um caso, cada casal é único. Estou apenas me baseando no que
geralmente acontece e, como manda a sabedoria constituída, os erros já
cometidos devem nos servir para a precaução de agora.
Mas se o que conduz vocês a este desejo for resultado de bastante conversa,
reflexão e, principalmente, ponderação sobre as questões práticas do dia-a-dia,
tais como tarefas, ritmos, contas a pagar, sacrifícios em prol do outro,
aprender a ceder, aceitar novos comportamentos, enfim, tudo o que envolve esta
união, então... Que se declarem casados! E que vivam um dia de cada vez,
lembrando que o amor jamais está pronto. Trata-se de um constante e diário
exercício de "construir juntos".
Rosana Braga
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