Antigamente, quando assistia a um DVD, eu me me sentia
como se fosse uma das personagens. A minha vida era o meu filme. Eu queria
causar nos espectadores todos os tipos de emoção. Alegria, esperança, paixão,
saudade, tristeza, amor. Eu achava que a minha história tinha o melhor
roteiro de todos.
Hoje eu sei que os filmes não são melhores ou piores,
apenas diferentes da vida real. Ao contrário de Hollywood, onde as películas
são produzidas, revisadas, ensaiadas até que fiquem perfeitas, a nossa
existência é feita de improviso. Aqui não tem script. As cenas não são
filmadas. E, se erramos uma fala, não tem como dizer "Corta!"
e gravar de novo.
Com o tempo, aprendi que cada momento é único. Cada
passo dado pode mudar a minha sinopse. Demorei pra entender que o
mundo não é um grande cinema. Lá, a história acaba quando a luz se acende. Aqui,
não existe apenas um final. Existem vários. Alguns deles são felizes.
Outros não. Nessa sala de embarque, só me resta esperar pelo próximo fim. E
torcer para que ele seja melhor. Eu sei que vai ser. Só depende de mim.
Por Paula Pimenta
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