Slide

Um brinde ao nosso fim!



“Finais são difíceis, qualquer pessoa pode escrever um começo, mas finais são impossíveis. Você tenta unir todas as pontas soltas, mas nunca consegue, os fãs sempre vão reclamar, e sempre haverá buracos, e como é o final deveria significar alguma coisa, pelo menos é o que eu acho. Eu estou dizendo finais são sempre um saco. Sem dúvida, finais são difíceis. Mas afinal, nada acaba realmente não é? ”
(Chuck Shurley, Supernatural)


Final de relacionamento é F***. Na verdade, o fim costuma ser ruim, a maioria deles são ruins, ruins mesmo, muito ruins, principalmente os finais das novelas da rede globo. Sinceramente, o telespectador passa meses assistindo uma novela, cria inúmeras expectativas, se martiriza por não saber quem matou Odete Roitman, e no final descobre que o Laerte de “Em Família” morre sem ficar nem com a Helena e nem com a Luiza, depois de todas as brigas e do escândalo devido ao fato da filha (Luiza) se apaixonar pelo ex-amor da própria mãe (Helena). Como é possível o Laerte, motivo de todo o desentendimento morrer? E logo após ele se casar com a Luiza, destruindo o pobre coração da Helena – isso parece sensato? Não, não parece! E essa falta de sensatez perpassa pelos finais dos relacionamentos, e tentar compreender como os “felizes para sempre” não duram para sempre é tão desesperador quanto descobrir se existe vida em Marte.

O fim de um relacionamento é tão ruim quanto Plutão deixar de ser um planeta, deixando a frase: Maria viu Teresa morta já sem unha nos pés, sem pés e sem Plutão. Enfim, sempre usei essa frase para lembrar o nome dos planetas na hora da prova. Outro final que me incomodou um pouquinho, é o fim oficial do Orkut, apesar de não usá-lo já faz quase dois anos a confirmação do seu fim despertou certa nostalgia. O The End possui essa característica própria, ele desperta saudades, lágrimas, sensações desagradáveis enfim, o The End é o monstro da atualidade, igual às bruxas más dos contos de fadas, como no caso da Branca de Neve, da jovem Rapunzel, ou ainda da Bela Adormecida. O The End é igual ao Voldemort, o inimigo mortal de Harry Potter. O Scar da história "O Rei Leão", que faz de tudo para que o seu sobrinho Simba não assuma o trono como rei da selva. O The End é um vilão igual ao Coringa (maior inimigo do Batman), ele usa roupas coloridas e uma maquiagem que o faz parecer um palhaço, porém, ele é um vilão bastante inteligente, e completamente insano.

E a palavra do game show da RedeTV, Mega Senha é: – Palhaçada! Essa é a melhor definição para o término de uma relação, uma completa e desgostosa palhaçada, não pense que eu estou zombando da dor alheia, não é isso. No entanto, essa é a primeira palavra que surge quando percebemos que o nosso castelo esta desmoronando, e então só nos resta rir e agir como se tudo não passasse de nada, ou melhor, agimos como se o término não fosse algo que deve ser levado a sério. O Coringa transmite essa mesma impressão com os seus cabelos verdes, sua pele branca e a sua boca vermelha que esbanja sempre um sorriso. Ele parece algo, ou melhor, alguém que não deve ser levado a sério, como se ele não fosse um psicótico que constantemente desafia o Batman lhe provocando grandes traumas, tais como: deixar a Batgirl paralítica e matar o Robin.

Não seria o The End também um psicótico? Ou será que eu estou complicando tudo, fazendo uma verdadeira bagunça, tornando esse texto uma completa desordem? Mas, não é essa a realidade de um final de relacionamento? O objetivo não é justamente desorganizar, ou melhor, colocar em ordem toda essa bagunça? Creio que sim, porém, diante do fim, nada parece fazer sentindo, nada parece ter importância. Compreender um término é tão confuso quanto saber que a raiz quadrada de zero é zero, e é por isso que diante de uma questão de múltipla escolha é comum optarmos justamente por aquela alternativa que afirma que a raiz quadrada de zero é um. Parece besteira, no entanto, fazer escolhas erradas é bastante comum, e essa escolha não significa que você é menos inteligente, pelo contrário, cometer erros é algo natural. Só nos resta esperar que os erros nos permita aprender, nos sirva de lição.

E quanto às reclamações? Tudo no devido tempo! Não é porque um cara não foi o certo para você que ele será sempre o cara errado, acredite, ele não será errado para todas, assim como você também não. Existe um mundo lá fora, e uma imensidão de futuros relacionamentos, se permita! E saiba que outros caras legais irão surgir, e vocês irão começar uma história incrível, e novamente ele não será o cara certo para você. Sendo assim, o fim não deveria parecer tão ruim, encerramentos, términos, conclusões não deveriam ser associadas à perda, e provavelmente o medo do fim não deveria ser comparado a uma doença incurável. O seu namoro pode está sentenciado a pena de morte, porém, mesmo que você esteja no corredor da morte não esqueça que é ele, (o seu namoro), que esta prestes a morrer, não você, não a sua capacidade de amar. Portanto, não morra com ele, pois, inevitavelmente outros amores virão.

E mesmo com todo o sofrimento, apesar do mundo não parecer real ou um lugar bom nesse momento, nada justifica toda essa tristeza e desespero, nenhum argumento é bom o suficiente para denominar uma fase natural da nossa vida como: “período do Luto”. Com certeza não deveria ser assim, o fim não deveria ocorrer dessa maneira, pois verdadeiramente ninguém esta morrendo. Um paciente com câncer em estágio terminal após anos de quimioterapia possui motivos para estar de luto, e mesmo assim, são inúmeras as pessoas que optam por viver o tempo que lhes restam. Por isso, eu sou a favor de uma festa de encerramento, semelhantes às festas de final de ano, porém, sem a árvore de Natal, as músicas lentas, ou “amigo secreto”, é isso mesmo, sem lágrimas, lamentações ou corações partidos, na verdade o único coração em destaque será o enorme Coração Espelhado grudado ao teto utilizado como iluminação. Sugiro a contratação de um DJ, pois uma boa festa é feita com boa música. Máquina de fazer fumaça artificial parece uma ótima ideia, assim como, aquela bola maluca colorida giratória profissional com turbo led.

Diante de todo esse completo desalinho, todos esses sentimentos fora de ordem – façamos um brinde! Um brinde ao nosso fim, pois, ele é a confirmação de que antes de chegarmos ao fim tivemos um inicio. E o nosso inicio é a certeza de que finais nem sempre significa o fim. E nessa altura do campeonato, depois de tudo que vivemos, todos os momentos mais íntimos compartilhados, os prós e os contras não fazem a menor diferença. Depois de todo esse tempo de relacionamento, toda essa história, toda a Nossa História, é impossível não celebrar, é irracional não comemorar. Um brinde aos nossos sorrisos bobos, aos filmes legendados que apesar de você odiar sempre assistiu comigo. Um brinde as madrugadas compartilhadas, e as comidas caseiras que você adorava cozinhar. Um brinde a você e a mim pela nossa jornada juntos, e por tudo que aprendemos um com o outro.

Um brinde ao nosso fim, pois, apesar dos altos e baixos, das idas e vindas, do certo e do errado, da alegria e da tristeza, enfim, entre o bem e o mal nós ultrapassamos as barreiras que deveríamos ultrapassar, e é por isso que hoje estamos aptos a trilhar novos cominhos, estamos preparados para redigir nossa própria história, dessa vez separadamente. E sim! Não será uma tarefa fácil, mas, não são os finais sempre os mais difíceis?



2 comentários:

  1. Oi, você escreve muito bem!!!
    Achei seu link pelo blog da Karine Rosa, e adorei!
    O fim é realmente algo que a gente tem um pouco de medo né? Mas devia ser ao contrário, afinal, todo fim teve um começo, quer dizer que mais uma etapa foi concluída!

    Beijos,
    www.miragemreal.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito Obrigada Carolina. Eu amo o blog da Karine Rosa. Acho que ela escreve pra mim, rsrs.

      Seja bem vinda ao Mais Íntimo e espero que volte sempre!

      Beijocas *-*

      Excluir