E o meu
amado,
O que diria
se eu partisse?
O que diria
se de mim
Nada mais
ouvisse?
O que faria
se em seus braços,
Tivesse um
corpo sem vida?
Uma alma
que vagasse,
À procura
de uma paixão perdida.
Pois a
carne fria que ele toca,
Não passa
do fantasma do que foi um dia.
Um zumbi
sem alma e sem emoção,
Só um corpo
se desfazendo em agonia.
Esqueçamos
de uma vez o que passou,
A paixão e
o tormento.
Em breve
tudo estará consumado,
Minha
agonia e o teu casamento.
Enquanto
meus lábios silenciam o tormento,
Minha
paixão alimenta o teu romance.
Meu coração
se rompe num choro amargo,
E a culpa
me impede que o alcance.
Guardo em
segredo minha dor,
Para não
doer em coração alheio.
Amo-o, mas
este amor não me pertence,
Somente
àquela a quem estes versos não leio.
Sei que
quanto mais palavras eu despejar da minha alma,
Mais
distante o lançarei dos meus braços.
Mas teus
pés se fizeram paralelos a uma trilha,
Que me
obriga a ficar longe dos teus passos.
As gotas de
sangue que assinam estas palavras,
São as
lágrimas derramadas por meu coração.
São provas
únicas do quanto me fez sofrer,
Testemunhas
da tua traição.
E quando um
dia formos julgados,
Você será
réu da minha confusão.
Que te
condenem sem apelo e sem recurso,
Que o
nomeiem culpado pela minha obsessão.
Mas
enquanto o juízo não chega,
Aguardo em
silêncio que esta dor desapareça.
Pois sei
que também serei culpada,
Porque te
amei com corpo e cabeça.
Se o corpo
e a cabeça são fracos,
Desejando
reviver esta paixão,
A alma
deseja, inutilmente, tirar do pensamento,
Quem se
recusa a abandonar o coração...
Talita Vasconcelos
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Sobre a autora: Paulistana,
20 e poucos anos, apaixonada por livros, cinema, música boa, e escrever. Autora
de dois livros publicados em e-book: a antologia “A Morte Não é o Fim”, e o
romance “Alma de Rosas”, do qual esse poema faz parte.
Lindo poema
ResponderExcluirMuito obrigada! :-)
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