No
dia 17 de novembro de 2009, especificamente ás 8h da manhã de mais uma
terça-feira qualquer os meus olhos encontram os teus, e mesmo não sendo a
primeira vez que eu te vi, essa era com certeza a primeira vez que eu te
enxergava e desde então eu estive perdida, desde então estive sendo embriagada
diariamente por um coquetel composto de amor, ódio, paixão, sedução, amor
novamente e desejo, muito desejo, desejo quente, ardente e suado. Durante cinco
anos da minha vida eu acordei todos os dias sabendo que eu amava você, durante
mil oitocentos e vinte e cinco dias da minha existência eu vivi com a certeza
de que independente da minha vontade eu amava você e que provavelmente continuaria
te amando para sempre. E admitir que eu te amei durante todos esses anos é
assustador. Sinceramente eu pensei que nunca iria deixar de amar você, eu
pensei que nunca iria amar ninguém além de você.
E
provavelmente eu morri durante mil oitocentos e vinte e cinco dias por saber
que você não me amava, por saber que eu nunca teria você e sem você eu não
queria mais ninguém. E a sua voz, as suas palavras, aquele seu eu não te amo,
ressurgiu inúmeras vezes durante todos esses dias. As suas palavras esfaquearam
o meu coração, e se alojaram em minha memória. Moral da história: você me quebrou e eu ainda estou danificada. E dia
após dia, durante cinco anos eu tentei cicatrizar, porém, não existe sutura
capaz de concertar todas as dilacerações que você me causou. E as minhas
lágrimas insistem em atormentar a Minh ‘alma. E eu nunca disse à verdade que
todos fazem questão de não ver, porque só você sabia o tempo inteiro que nós
não éramos um casal perfeito, você sempre soube que nada entre nós era tão
bonito como as aparências insistiam em demonstrar.
E
provavelmente ninguém deveria fazer parte da nossa história, eu estou tão
cansada de ouvir todos dizendo como somos perfeitos juntos, eu estou tão
cansada de ouvir como eles planejam o nosso futuro, não deveríamos ter dito
nada a ninguém, ninguém deveria saber o jeito que você segura a minha mão e
definitivamente ninguém deveria saber sobre as coisas que nós planejávamos para
o nosso futuro. Mesmo assim, o mundo inteiro sabe, desde então, eu percebi que
amar você nunca foi uma questão de opção e eu estou tão cansada de fingirmos
ser esse casal perfeito. E você nem sequer me ama, porém, eles não sabem disso,
eles não sabem como tudo entre nós está
errado, eles não sabem que na privacidade do nosso quarto o silêncio entre nós
é ensurdecedor. Desculpa, mas eu não suporto mais tudo isso, eu odeio amar
você e mesmo assim, diariamente eu te amo ainda mais.
E passei tanto
tempo amando e odiando você que esse misto de sentimentos se tornou algo comum,
e mesmo durante o tempo que eu estive com raiva eu conseguia sentir o nosso
amor dentro de mim. O nosso amor parecia maior, mais intenso dia após dia e o
para sempre cada vez mais se tornava uma certeza para mim. Porém, no decorrer
desses cinco anos e principalmente depois que a minha raiva por você passou, eu
percebi que às vezes o melhor é deixar ir, dizer adeus sem se prolongar. Às vezes o fim é a melhor parte, é a
garantia da tão sonhada felicidade. Às vezes não é o momento certo, e por isso
é melhor confiar no amanhã. Às vezes o melhor é esconder, guardar em uma caixa
secreta e apenas esperar o tempo passar. E que às vezes adiar um fim
provável é uma perda total de tempo.
Finalmente
conseguimos, e eu que tinha tantas palavras não ditas, encontro-me sem palavras
diante de ti, não tenho nada a declarar. E toda a raiva e a tristeza se foram e
não restou nada, nenhum vestígio de que você já esteve por aqui. E isso é
estranho, esquecer detalhes antes inesquecíveis é assustador. Não consigo lembrar o seu cheiro, se o seu
café é com adoçante ou açúcar, ou qual é a sua cor preferida. Também não
consigo lembrar se a estampa daquela sua camisa vermelha (que eu amava e odiava
ao mesmo tempo) era do Che Guevara, ou era do Bob Marley. Os detalhes estão se perdendo, observar a chuva da minha
janela não parece ser tão bom quanto antes, eu estou esquecendo você e isso me
deixava apavorada. No entanto, eu já
vivi, revivi e vivi novamente os cinco estágios do luto, eu já saboreei a
negação, a raiva, a negociação, a depressão e por fim, a aceitação, portanto,
eu preciso admitir que eu superei você, e a nossa história de amor finalmente
acabou.
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